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Banca de DEFESA: LUÍS FELIPE MENDES FELÍCIO

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : LUÍS FELIPE MENDES FELÍCIO
DATA : 04/06/2024
HORA: 14:00
LOCAL: On Line
TÍTULO:

A Securitização do Terrorismo nos Estados Unidos antes do 11 de Setembro de 2001: um estudo do Governo Clinton


PÁGINAS: 190
RESUMO:

A Guerra ao Terror lançada pelos Estados Unidos após os atentados de 11 de
setembro de 2001 é amplamente entendida na academia como um exemplo de
securitização, quando medidas extraordinárias, como leis restritivas e guerras, são
aceitas em face do argumento de uma ameaça existencial. Esta ferramenta de
análise faz parte do arcabouço teórico da Escola de Copenhague, grupo de
orientação construtivista nos Estudos de Segurança Internacional que defende que
assuntos de segurança são socialmente construídos a partir de negociações
intersubjetivas entre atores e audiências. Na Teoria da Securitização, a segurança é
construída discursivamente, por meio de atos de fala; se um ator convence a uma
audiência relevante de que há uma ameaça existencial contra um objeto referente e,
a partir disso, é autorizado a romper as regras ordinárias da política, há um assunto
securitizado. Apesar do amplo sucesso da teoria, uma leitura preliminar da
bibliografia aponta que há lacunas importantes no desenvolvimento dos seus
conceitos, o que tem resultado em limitações de aplicação e redução do poder
explicativo. Por exemplo, a audiência, tida como central para autorizar visões e
práticas de segurança, de modo a preservar um sentido político arendtiano de ações
entre pessoas que seus autores defendem, é vagamente definida, sem
aprofundamentos que permitam investigar a sua identificação, composição e
agência em processos. A isto se somam outros problemas como contradições
políticas, a desconsideração de elementos não-textuais e outras condições
facilitadoras, resultados de um modelo viciado em estudos de caso bem-sucedidos.
No estudo sobre a securitização do terrorismo pelos EUA, os abundantes estudos
sobre o período George W. Bush, bem explicado pela teoria, acabam por obscurecer
o fato de que houve tentativas anteriores de securitizar o assunto durante o governo
de Bill Clinton, sobretudo, sem o mesmo grau de sucesso e com contundentes
ações de rejeição de medidas extraordinárias por parte das audiências envolvidas. A
escassez de estudos à luz da teoria da securitização desse período acaba por
enfatizar um recorte mais imediatista que ignora a construção da ameaça em longo
prazo naquele país, com resultados tão distintos, embora cronologicamente
próximos; ademais, se favorece uma abordagem mais determinista e menos
construtivista da securitização, renegando a proposta dos copenhagueanos de
enfatizar escolhas políticas em segurança ante fatores concretos. A partir dos
indícios de movimentos securitizadores na presidência de Clinton, esta dissertação
quer investigar o cenário de construção social do terrorismo como assunto e objeto
da segurança nos EUA antes do 11/09, de modo a verificar a hipótese sobre o
fracasso dos atos de fala, testar contribuições feitas por comentadores à teoria da
securitização, com atenção especial à subteorização da audiência, e proporcionar o
enriquecimento dos estudos de segurança com uma visão de longo prazo e
construtivista do enquadramento do terrorismo enquanto uma ameaça existencial
nos Estados Unidos da América.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - Interno ao Programa - 1995535 - ELIAS DAVID MORALES MARTINEZ
Membro Titular - Examinador(a) Interno ao Programa - 1844906 - FLAVIO ROCHA DE OLIVEIRA
Membro Titular - Examinador(a) Externo à Instituição - LUIS ALEXANDRE FUCCILLE - UNESP
Membro Suplente - Examinador(a) Interno ao Programa - 022.207.238-52 - JOSÉ ALEXANDRE ALTAHYDE HAGE - UNIFESP
Membro Suplente - Examinador(a) Externo ao Programa - 1688193 - ARTUR ZIMERMAN
Notícia cadastrada em: 14/05/2024 10:27
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