Ajuste estrutural e a segurança alimentar e nutricional: o caso da Guiné-Bissau
A década de 1980 serve do período em que muitos países em África implementaram o Programa de Ajuste Estrutural (PAE), desenhado e conduzido pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial (BM). Esses ajustes estruturais visavam a integração das economias dos países em desenvolvimento na globalização neoliberal. Essa pesquisa tem como objetivo evidenciar as transformações decorrentes do PAE no setor agrícola da Guiné-Bissau, com destaque à expansão do cultivo de castanha de caju, seu principal produto de exportação no mercado internacional como commodity, e às consequências para a segurança alimentar. Esta pesquisa foi orientada pela hipótese que a implementação de políticas neoliberais, conduziu a sérias instabilidades, inseguranças e limites para as políticas sociais, especificamente da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) para a Guiné-Bissau. A análise conduzida mostrou que após a implementação do PAE na Guiné-Bissau, permitiu abertura do mercado, desregulamentação demasiado rápido do papel do Estado na economia, e expansão da produção da castanha de caju. A dependência econômica da exportação da castanha de caju expõe o principal meio de subsistência, associado para impulsionar a resiliência da economia, assim como da Segurança Alimentar e Nutricional. O estudo fornece informações sobre a prática de ajustes estruturais, destacando o papel da reestruturação da economia, conduzidas pelas instituições de Bretton Woods, e a situação da segurança alimentar e nutricional no país, assim como a contribuição das mulheres e jovens no setor agrícola.