A BICICLETA COMO MEIO ALTERNATIVO DE TRANSPORTE: Uma análise sobre os municípios de São Paulo e Vitória
O desenvolvimento urbano brasileiro veio acompanhado pelo processo de industrialização que, incentivados pelo desejo de modernização, elegeram o automóvel o símbolo do progresso econômico. Rapidamente a cultura do automóvel se consolidou influenciando a expansão urbana do território e a sua priorização como meio de transporte, expulsando pedestres e ciclistas do uso coletivo das ruas, tornando as cidades ambientes desiguais, individuais e poluídos. O agravamento das questões climáticas faz alguns setores da sociedade civil questionarem sobre o atual modelo de vida. Com isso, na área de transportes, surgem estudos sobre a mudança de paradigma da mobilidade e transição do sistema sociotécnico de transportes favorecendo o uso de modais sustentáveis de mobilidade. A bicicleta, que se encaixa na demanda por transportes sustentáveis, passa a ser contemplada em várias políticas públicas e privadas. Porém, tais políticas não conseguem consolidar a bicicleta como um meio de transporte mais usual e é a partir dessa constatação que esta dissertação busca compreender quais dificuldades a bicicleta enfrenta para sua consolidação como meio de transporte. Para responder tal questão, analisaremos de forma histórica e documental os antecedentes à mobilidade urbana e os aspectos que influem no uso da bicicleta, como mercado, ativismo, cultura e políticas públicas. Para substanciar essas análises, desenvolvemos um estudo de caso sobre o uso da bicicleta na cidade de São Paulo/SP e Vitória/ES destacando os avanços e dificuldades ao uso da bicicleta nessas duas cidades.