MICROCARREADORES BIOPOLIMÉRICOS CONTENDO BACILLUS AMYLOLIQUEFACIENS E ÓLEO ESSENCIAL DE CRAVO FOLHA PARA USO AGRÍCOLA COM AÇÃO FUNGICIDA
A crescente demanda de produção sustentável de alimentos no mundo e o aumento de fungos fitopatógenos resistentes ao tratamento com defensivos agrícolas tradicionais incentivam o desenvolvimento de alternativas mais amigáveis com o meio ambiente. Bioinsumos, como Bacillus amyloliquefaciens e óleo essencial de cravo folha (OECF), destacam-se pelo apelo mais sustentável e ação fungicida multissítio. Todavia, necessita-se viabilizar a aplicação destes bioinsumos no campo aumentando sua resistência a fatores ambientais e garantir o controle de qualidade. Nesse sentido, este trabalho investiga o desenvolvimento de microcarreadores contendo B. amyloliquefaciens e OECF, avaliando fatores que influenciam a estabilidade, viabilidade e atividade fungicida desses sistemas. Para B. amyloliquefaciens, a quitosana permitiu o recobrimento do microrganismo, favorecendo interações eletrostáticas e reticulação, mantendo viabilidade em torno de 10⁸ UFC.mL-1. Nota-se que o caldo de fermentação auxiliou na formação de microcarreadores com aglomeração controlada e estrutura favorável à liberação gradual. Os microcarreadores inibiram completamente patógenos como Corynespora cassiicola, Colletotrichum gloeosporioides e Colletotrichum truncatum, destacando o potencial biofungicida do sistema. Para o OECF, a combinação de lecitina de soja e polisorbato 80 gerou emulsões estáveis com módulo de potencial zeta elevado (> 70 mV), favorecendo estabilização cinética por ação estérica e eletrostática. A adição de alginato, com reticulação por ácido tânico e carbonato de cálcio, promoveu formação de redes poliméricas estáveis, aumentando a estabilidade física e eficiência de incorporação do óleo em coacervados (>90%). Os microcarreadores de OECF apresentaram inibição completa do crescimento micelial de fitopatógenos, evidenciando a encapsulação como estratégia para reduzir volatilidade e aumentar a eficácia do óleo essencial. As amostras B112 (B. amyloliquefaciens) e S80/20-2.O20.A4CT2 (OECF) destacaram-se como as mais promissoras, sendo base para futuros ajustes em modulação de liberação e estabilidade, além de estudos de escalabilidade e avaliação em condições de campo, essenciais para aplicação prática em controle biológico.