Energias Negativas e a Conjectura de Censura Cósmica
Diversos teoremas e conjecturas sobre buracos negros foram estabelecidos ao longo da segunda metade do século passado. Em 1969, Roger Penrose formulou a Conjectura de Censura Cósmica Fraca, que postula que singularidades do espaço-tempo estão sempre envolvidas por horizontes de eventos. Uma abordagem para testar essa conjectura envolve experimentos mentais baseados no espalhamento de partículas clássicas e de campos semiclássicos. O objetivo deste trabalho é contribuir para essa investigação, analisando se a absorção de partículas com energias negativas pode levar a violações da conjectura. Para isso, iniciamos com uma revisão da literatura sobre a censura cósmica e estruturamos nosso estudo em duas abordagens: clássica e semiclássica. Em seguida, investigamos o movimento de partículas com energias negativas em torno de buracos negros não extremos e singularidades nuas. As partículas analisadas são geradas pelo processo de Penrose, que permite a extração de energia de buracos negros. Assim, examinamos os possíveis cenários para o decaimento dessas partículas e as propriedades da região (ergosfera) onde partículas com energia negativa podem existir. Por fim, analisamos as condições necessárias para que a absorção de partículas com energias negativas possa violar a conjectura. Em particular, verificamos se partículas produzidas pelo processo de Penrose atendem aos critérios de violação e se sua absorção pode levar à formação de um horizonte de eventos sobre singularidades nuas.