ESTRUTURA DA VEGETAÇÃO AFETADA POR FOGO EM UMA FLORESTA ESTACIONAL SEMIDECIDUAL PROTEGIDA SOB A PERSPECTIVA DO SENSORIAMENTO REMOTO
Áreas com vegetação secundária, são áreas que sofreram alguma perturbação no passado, geralmente por intervenção antrópica, descaracterizando assim, a estrutura e a função da vegetação em estágio mais avançado de sucessão ecológica. Logo depois da perturbação, a área impactada, sem manejo, pode se regenerar naturalmente, surgindo a vegetação secundária. A estrutura desta vegetação pode ser avaliada através de parâmetros ecológicos, que podem estimar o tempo e o estágio da regeneração. O projeto visou levantar e comparar a estrutura da vegetação secundária em parcelas que foram totalmente, parcialmente ou não, afetadas diretamente pelo incêndio que ocorreu em 2012 na Estação Ecológica Barreiro Rico (EEBR). O levantamento da cobertura da área queimada no incêndio de 2012 foi feito através do arquivo Landsat usando o Google Earth Engine. Para a realização do levantamento estrutural da vegetação no campo, foram dispostas 3 parcelas de 50 x 50 metros e catalogados todos os indivíduos arbóreos com CAP maior ou igual a 16 cm, a 1,30 m de altura a partir do solo. As análises da estrutura da vegetação sob a perspectiva do sensoriamento remoto foram feitas por índices de vegetação NDVI e EVI com imagens Sentinel-2 e CBERS-4 coletadas da plataforma Data Cube do INPE. Foram catalogados e mensurados um total de 841 indivíduos, com volume de madeira total de 81,39m³. A parcela não queimada (PNQ) teve 103,99m³/ha de madeira, a parcela parcialmente queimada (PPQ) teve 79,31m³/ha e a parcela totalmente queimada (PTQ) 164,73m³/ha. As médias anuais do NDVI e EVI entre as parcelas não apresentou diferença significativa. Os valores do NDVI foram superiores ao EVI. De modo geral, os valores do NDVI e do EVI para a estação de seca foram inferiores à estação úmida. O incêndio causou danos à estrutura da vegetação, com intensidades distintas para as diferentes parcelas através do levantamento em campo, não sendo observado pelo NDVI e EVI. Apesar do sensoriamento remoto ser uma boa ferramenta de análise de vegetação, neste caso, os dados de campo foram mais precisos. Dessa forma, reforçamos a importância da combinação de dados de campo e dados de sensoriamento remoto para a avaliação do impacto do fogo em áreas protegidas.