Refúgios climáticos de anuros e serpentes da Mata Atlântica e os impactos em cenários futuros de mudanças climáticas globais
A tese aborda a biogeografia e sua importância na compreensão dos padrões espaciais da biodiversidade, destacando como as mudanças cimáticas influenciam a distribuição das espécies ao longo do tempo e do espaço. As atividades humanas têm acelerado essas mudanças, ameaçando ecossistemas e a biodiversidade, afetando os padrões de distribuição. A Mata Atlântica, um hotspot de biodiversidade, está sob intensa pressão devido à perda de habitat e fragmentação. O primeiro capítulo teve como foco a identificação de refúgios climáticos para anuros endêmicos da Mata Atlântica. Modelos de distribuição de espécies (SDM) foram usados para projetar as áreas de refúgio desde períodos passados até cenários futuros. Os resultados apontam que há sobreposição de áreas favoráveis principalmente no sudeste da Mata Atlântica e essas áreas serão essenciais para a preservação da biodiversidade diante das mudanças climáticas. O segundo capítulo complementa a análise, estendendo o estudo também a serpentes. Utilizando SDM, com múltiplos algoritmos, foi possível identificar refúgios climáticos que permanecerão adequados para essas espécies ao longo do tempo. As áreas montanhosas apresentam maior complexidade topográfica e mostraram-se fundamentais para a manutenção desses refúgios. Além disso, foi avaliada a movimentação dos centróides de adequabilidade climática, indicando que essas regiões serão cruciais para a sobrevivência das espécies. O terceiro capítulo explora a relação entre a complexidade topográfica e a estabilidade climática. Montanhas abrigam um terço da biodiversidade mundial e apresentam uma grande heterogeneidade ambiental que favorece o endemismo. Contudo, as mudanças climáticas têm forçado as espécies a migrarem, ameaçando sua sobrevivência. A tese destaca a importância de áreas montanhosas como refúgios climáticos essenciais para a preservação da biodiversidade da Mata Atlântica. Com o avanço das mudanças climáticas, essas regiões se tornam ainda mais cruciais, reforçando a necessidade de estratégias eficazes de conservação para proteger espécies ameaçadas.