A SURDOCEGUEIRA E A MATEMÁTICA DO COTIDIANO SOB A PERSPECTIVA DA ETNOMATEMÁTICA
Este trabalho visa identificar como a Etnomatemática está presente na vida de uma pessoa com surdocegueira adquirida que utiliza Língua de Sinais tátil como recursos de comunicação e pensamento. A proposta da conjectura foi definida para mostrar que a comunidade de pessoas com surdocegueira é formada por indivíduos que utilizam formas de comunicação diversificadas e que compartilham de uma mesma cultura pela teoria da Defectologia emergida por Vigotski. Por muitos anos, o ensino básico para pessoas com a condição de surdocegueira passou por longo processo de experimentação. A metodologia utilizada para a pesquisa foi pautada em uma revisão bibliográfica composto por doze trabalhos relacionados com o ensino de matemática e pessoas com surdocegueira. Como fundamentação teórica, aplica-se o Programa Etnomatemática que propõe abordar o ensino e aprendizagem partindo da cultura da sociedade analisada a qual emergem conhecimentos matemáticos que se desejam compreender além dos conhecimentos matemáticos hegemônicos. Desse pressuposto, foi produzido uma entrevista semiestruturada com recursos de narrativas e vivências por um participante com surdocegueira, pós-linguístico, para colacionar diferenças e semelhanças nos dados obtidos pela pesquisa bibliográfica. Para pensarmos, atualmente, a matemática empregada no cotidiano de pessoas com surdocegueira, de fato são de cunho funcional ou metodológico? Com os dados teóricos e análise de campo, compreende-se que a etnomatemática é um elo capaz de atender as necessidades de pessoas com surdocegueira por meio das formas de comunicação, propostas pedagógicas e recursos de tecnologia assistiva.