A PERSPECTIVA DO PROFESSOR QUE ENSINA MATEMÁTICA SOBRE O PAPEL DAS EMOÇÕES NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
Esta dissertação, estruturada em formato multipaper, tem como objetivo compreender a perspectiva do professor que ensina matemática sobre o papel das emoções no processo de ensino-aprendizagem. A fundamentação teórica apresenta um breve resumo sobre as emoções no processo de ensino-aprendizagem evidenciando as iniciativas que atualmente abordam a discussão emocional no contexto da educação básica, com foco, no aluno. Considerando a necessidade de apresentar a percepção do docente, durante a oferta de um curso de extensão universitária sobre o papel das emoções no processo de ensino-aprendizagem da matemática, convidamos professores a refletirem sobre as emoções como influenciadoras do processo de ensino, estimulando relações entre as diferentes abordagens de conteúdo e a postura do professor em sala de aula. O público alvo da pesquisa foram professores que atuam ou atuaram na educação básica no ensino da matemática ou outras disciplinas, possuidores ou não de graduação específica na disciplina e maiores de 18 anos que atuem em cenários da educação. Após a análise de dados através da pesquisa qualitativa com abordagem fenomenológica, constituímos quatro categorias abertas que serão discutidas como resultados em dois artigos. O primeiro artigo analisa como os docentes reconhecem a influência das emoções no processo de ensino-aprendizagem, destacando a relação emocional com o cognitivo e o social. Os resultados evidenciam que os professores compreendem as emoções como parte integrante do processo educativo, especialmente no ensino da matemática, reconhecendo a importância de um ambiente afetivo, acolhedor e propício ao aprendizado. O segundo artigo aprofunda a análise sobre a formação inicial e continuada dos professores, revelando lacunas significativas no que se refere à preparação para lidar com a dimensão emocional em sala de aula. A pesquisa aponta a necessidade de uma formação mais integrada e sensível, que considere tanto o professor quanto o estudante como sujeitos emocionais em sua totalidade. Em consonância com a literatura revisada, conclui-se que a perspectiva emocional, apesar de ser essencial para que se efetive o processo de ensino-aprendizagem, ainda precisa ganhar espaço nas políticas públicas do Brasil, visando a promoção de práticas pedagógicas mais humanas, éticas e eficazes, capazes de contribuir para o desenvolvimento integral dos envolvidos no processo educativo, tanto o aluno, quanto professor.