Caminhos para a elaboração do livro paradidático "Será que temos chance?": a probabilidade no ensino fundamental
O objetivo deste trabalho foi descrever e analisar o processo de elaboração de um livro paradidático para apoiar o ensino de conteúdo probabilístico direcionado ao nono ano do ensino fundamental. Inicialmente, buscou-se identificar de que forma os alunos desse ciclo concebem, a partir do conhecimento do dia a dia e/ou do que aprenderam na escola, o significado de diferentes vocábulos que identificam o tipo de linguagem utilizada por esse grupo, além de identificar o motivo e forma pela qual fosse elaborado material didático, um livro (paradidático). Foram realizadas análises textuais, por meio do software IraMuTeQ (Interface R para Texto Multidimensional e Análise de Questionário) na qual utilizou-se análises multivariadas (Classificação Hierárquica Descendente - CHD, Análise Fatorial e Análises de Similitude), para avaliar a visão do aluno para a construção do livro paradidático. A elaboração de livro paradidático, após verificar e analisar como os alunos concebem ser os aspectos para a sua construção, é composto por situações problema ou tarefas, constituída de uma sequência de subtarefas, que podem ser realizadas utilizando diversas técnicas, justificadas pela tecnologia que utiliza a Teoria da Probabilidade como objeto de estudo. Assim, na sequência, foram elaboradas as atividades (tarefas ou situações problema) probabilísticas que compõem o paradidático, tomando como princípio a Teoria Antropológica da Didática – TAD de Yves Chevallard na organização didática e praxeológica matemática (probabilística) para indicar aspectos didáticos e teóricos. Buscou-se na elaboração das atividades utilizar o documento norte-americano Diretrizes para Avaliação e Instrução no Ensino de Estatística – GAISE e a Base Nacional Comum Curricular – BNCC que atendam às necessidades de compreensão e assimilação dos conceitos probabilísticos por parte dos alunos nesse ciclo de estudos. Por fim, foi utilizada a Teoria das Situações Didáticas - TSD de Guy Brousseau que serviu de suporte para a avaliação das atividades que compõem o livro paradidático, considerando aspectos de intervenção de conceitos probabilísticos junto a uma turma do nono ano do ensino fundamental de uma escola no município de São Bernardo do Campo, buscando identificar o desenvolvimento de competências e habilidades relativas às noções básicas de probabilidade. Acredita-se ser necessário investigar e buscar uma compreensão mais ampla e fundamentada sobre o uso de livros paradidáticos, tanto no desenvolvimento da leitura quanto na escrita, e consequentemente, nos conteúdos probabilísticos que se ensina no nono ano do ensino fundamental. A intenção da construção do paradidático não é substituir o livro didático e sim, complementá-lo, inserindo este material como mais um elemento na formação dos alunos da Educação Básica em relação aos conteúdos probabilísticos. Ressalta-se a importância de o aluno ter contato com a leitura e interpretação de textos, sendo auxiliada com o livro paradidático, assim ele trabalhará esses conceitos de uma forma mais lúdica.