A organização em rede dos trabalhadores metalúrgicos no Brasil frente às transformações contemporâneas do capital
Este projeto se propõe a analisar as redes sindicais por empresa enquanto instrumentos de organização dos trabalhadores (as) metalúrgicos (as) no Brasil, seus limites e perspectivas de sucesso frente ao mundo globalizado, considerando os atuais desafios sindicais no capitalismo contemporâneo. Serão exploradas as características destas redes, em que contexto elas surgem e como se dá a sua atuação, em especial no ramo metalúrgico. Estas redes são constituídas por grupos de trabalhadores de determinada empresa transnacional que se comunicam permanentemente e constroem ações que visam diminuir as diferenças de condições de trabalho entre as diferentes plantas da empresa em nível nacional e/ou internacional. Serão abordados alguns pontos cruciais para compreendê-las: um breve resgate histórico do sindicalismo internacional; a influência do sindicalismo europeu no Brasil; a organização da estrutura sindical oficial brasileira; a organização recente do capital em Cadeias Globais de Valor e seus impactos nas relações de trabalho e no movimento sindical. Para além da construção teórica, pretende-se analisar duas redes sindicais metalúrgicas, a Rede Sindical dos Trabalhadores na Arcelor Mittal e na ThyssenKrupp. Serão analisados relatórios de encontros da rede já realizados, documentos produzidos ao longo de sua atuação e entrevistas semiestruturadas com os coordenadores e membros das redes. Espera-se que ao final da pesquisa, sejam apontadas reflexões acerca da funcionalidade deste instrumento de organização sindical, tal como está estruturado e se pode ser uma alternativa de enfrentamento às desigualdades produzidas no mundo do trabalho para os metalúrgicos, frente aos atuais desafios para a luta capital e trabalho.