RESISTIR AO CAPITALOCENO, IMPENSAR A ECONOMIA: Do Desenvolvimento sem Alternativas às Alternativas ao Desenvolvimento na América Latina
Estamos diante do colapso. Todavia, não chegamos aqui apenas pelas mãos do modo de produção que gera o desenvolvimento das forças destrutivas, mas também através do modelo de pensamento que o molda. Apesar dos diferentes meios, esquerdas e direitas hegemônicas concordam na obtenção de alguns fins. Crescimento, desenvolvimento, aumento do PIB, etc., são ideias-força que constituem uma convergência entre campos políticos, às vezes, menos antagônicos do que pensamos. Como se estabelecem as estruturas mentais que possibilitam esse consenso tácito? Como tais consensos influenciaram a execução de políticas na era dos governos progressistas na América Latina? Como superar as cosmovisões moderna e desenvolvimentista, rompendo com o imaginário hegemônico para encontrar os caminhos de saída do colapso da Modernidade Capitalista? Para respondermos a essas perguntas temos como objetivos: compreender como a Modernidade capitalista se transformou em uma geopolítica e visão de mundo que permitiram o Capitaloceno; explicar como a América Latina, de vítima da modernização, produziu tanto governos progressistas que sucumbiram ao desenvolvimentismo quanto apresentou criativas dissidências deste imaginário; mostrar a insuficiência dos medidores e paradigmas da economia do crescimento; para, por fim, apontar as teorias, como o Bem Viver e Descrescimento, além de exemplos e práticas políticas que podem ser um Sul para a criação de sociedades de baixa entropia em comunidade. Com isso nosso estudo concluiu que o desafio com que nos deparamos é ainda maior do que pensamos: superar não só o capitalismo mas também a modernidade, inventando uma economia que caiba novamente dentro da biosfera.