RAINHAS DO PALÁCIO:
AS MULHERES NA CARREIRA DIPLOMÁTICA BRASILEIRA
Desde 1993 as mulheres configuram, anualmente, menos de 25% dos ingressantes à carreira diplomática brasileira. Em 2018 as mulheres ainda são menos de 25% do total de diplomatas brasileiros e a maioria delas não alcançam o grau de maior prestígio na hierarquia itamaratiana. Sob essa égide, a presente pesquisa busca compreender como a estrutura hierárquica-patriarcal do Ministério das Relações Exteriores (MRE) proporciona desigualdades de gênero quanto à ascensão das mulheres na carreira diplomática brasileira. As hipóteses sugeridas estão relacionadas ao caráter insular do Itamaraty, aos seus ethos e tradição próprios e à sua ligação com a continuidade da elite masculina branca como um forte ator econômico e político. Para tanto, primeiramente será discutida a questão de gênero e seu envolvimento com as Relações Internacionais; em seguida serão apresentadas e analisadas características do Itamaraty; e, por fim, será abordada a questão da mulher na carreira diplomática brasileira.