BIXIGA: ENTRE PERCURSOS E LUGARES DE MEMÓRIA NORDESTINA NA CIDADE DE SÃO PAULO
As diversas narrativas étnicas presentes historicamente na cidade de São Paulo, são construções sociais, atribuídas de valores e visibilidades diferentes, a partir do grupo que fala. A memória é também campo de disputa na cidade. Quais relações desenham-se entre memórias e narrativas, italianas, negras e nordestinas neste espaço? O presente estudo pretende compreender como narrativas, sociabilidades e percursos de pessoas e famílias vindas do nordeste são construída e marcadas no espaço do Bixiga, abrindo caminho para refletir sobre a constituição de tais, como lugares de memórias. Poderíamos falar em percursos e lugares de memória nordestina no Bixiga? Como os trânsitos, fluxos e redes se relacionam a memória e a espacialidade?
A etnografia é um modo de aproximação e compreensão do campo, que constitui um saber construído nas relações no campo, fornecendo um “vocabulário” referente a tais narrativas e espacialidades. O processo realizou-se tanto em espaços entendidos como “tipicamente” ou “tradicionalmente” nordestinos, como, em lugares que são constituídos a partir das práticas cotidianas ou eventuais, traçando um quadro de visibilidades e dizibilidades do “nordeste” neste espaço simbólico e físico. Também foi realizada uma viagem de ônibus, na qual partiu-se do Bixiga, para a cidade de Mombaça, no sertão central do Ceará.