Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo: cultura, negócios e tecnologia
A legislação que permitiu a reutilização de prédios históricos no centro da cidade de São Paulo, deu espaço à iniciativa privada gerir espaços públicos ou semipúblicos. Com isso, é observado na região a presença de espaços culturais mantidos por instituições financeiras, que usam seus espaços como forma de ganho de imagem positiva perante a sociedade. Através de pesquisa bibliográfica, entendeu-se que um modelo de equipamento cultural surge para atender a demanda social que os espaços tradicionais nunca absorveram e os públicos desses espaços são estimulados pela publicidade e comunicação digital, destacando-se as redes sociais. Por esta razão, é observado um público mais diverso e o interesse em exposições e/ou espaços culturais também se entende como retorno desse investimento em publicidade. Por conta desses fatores, a atuação de instituições financeiras no campo cultural vem ganhando espaço e vantagem sobre os espaços tradicionais ou de iniciativa pública, inclusive financeiramente, já que não dependem dos repasses da União para se manterem. Nesse contexto o Centro Cultural Banco do Brasil, instituição de economia mista, é o objeto de estudo para simbolizar este período de transformações da região central da cidade, além das mudanças relacionadas aos equipamentos culturais. Porém, por conta de uma indústria cultural robusta e falta de uma política cultural de longo prazo, instituições como o CCBB acabam perdendo parte de sua efetividade como instituição à serviço da sociedade e, indiretamente, contribui à valorização imobiliária e econômica da região e desencadeiam um processo de exclusão das camadas populares e de baixa renda da região.