A Dicotomia dos Racialmente Desenvolvidos e Degenerados: Planos Educacionais Eugênicos para o Ministério da Educação e Saúde
Discriminações como racismo, preconceito social e a xenofobia de um estado para o outro são casos pertinentes e muito estudados nos dias de hoje. É quase consensual a ideia de que ainda existem diferentes discriminações no Brasil atualmente. Ao pensarmos na construção de saberes do nosso sistema educacional se torna quase que impossível ignorar o estudo da origem destas discriminações, seja para resgatar pontos culturais menosprezados e discriminados ao longo da história do Brasil ou tentarmos entender possíveis origens do problema do preconceito racial. A eugenia foi uma ciência importante no início do século XX que influenciou nossos planos educacionais. Psiquiatras no Rio de Janeiro que formaram a Liga Brasileira de Higiene Mental (LBHM) realizaram de forma pioneira na primeira república e na Era Vargas soluções para lidar com a população, não apenas para aqueles que eram doentes, mas também criaram propostas para tratar de crianças e adolescentes, propostas nas quais visavam o melhoramento racial da população brasileira através da educação. A dicotomia promovida pelos eugenistas entre “características boas” e “características ruins” do desenvolvimento da raça humana foi uma perspectiva fortemente considerada e influenciadora para as nossas políticas públicas e, consequentemente, essas propostas políticas promovidas na educação pelo Ministério da Educação e Saúde (MES) movimentaram durante muito tempo uma institucionalização do racismo.