Corpos resistentes: artvismo e feminismo na América Latina
O projeto inicial de pesquisa teve origem a partir de inquietações sobre o pouco espaço e a pequena visibilidade dada às mulheres na história da arte, onde o papel comum reservado às elas eram os de representação, mas não de representatividade. A partir dessa questão, surge o interesse em resgatar algumas dessas artistas que, ao produzirem obras importantes unindo questões de gênero com as questões da política institucional, colocaram uma lente de aumento nas problemáticas do seu tempo e buscaram produzir, a partir da arte, mudanças na subjetividade.
Assim, esse relatório tem como objetivo abordar a trajetória inicial da pesquisadora, até chegar nos desdobramentos da pesquisa e no projeto da dissertação que se intitula Corpos resistentes: artvismo e feminismo na America Latina, cuja proposta é realizar uma análise de três importantes obras a partir de um elemento central e comum à todas elas: o corpo. Assim, serão analisados os trabalhos Marca Registrada (1975) da brasileira Leticia Parente (1930-1991), Popscicles (1984) da chilena Glória Camiruaga (1940-2006) e Sin Titulo. Liliana Maresca com su obra (1983) da argentina Liliana Maresca (1951-1994).
Essas produções serão tomadas como exemplo para, através de uma análise bibliográfica, buscar entender as potencialidades do corpo como um espaço de luta e resistência, e também observar as características da produção artística feminina (e feminista) da América Latina. Importa aqui observar como as questões relativas ao feminismo aparecem na cena e quais discussões essas mulheres pretendem promover através do ativismo artístico.