SAARA OCIDENTAL: muito além de um deserto
O território do Saara Ocidental foi colônia espanhola e deveria ter passado pelo processo de autodeterminação seguindo recomendações da Organização das Nações Unidas, porém esse processo nunca ocorreu. Pelo contrário, o território sofreu um novo processo de ocupaçãoestrangeira, resultando no conflito que existe há mais de quarenta anos,entre o Marrocos – potência ocupante – e a Frente Polisário – movimento de libertação saaraui. Trata-se de um tema que justifica ser analisado na área de Relações Internacionais e tem recebido pouca atenção na academia brasileira. O presente trabalho tem como objetivo responder a seguinte questão: Como os atores internacionais estatais influenciam na perpetuação do conflito do Saara Ocidental? A hipótese deste trabalho reconhece que os atores estatais têm relação estreita com a perpetuação do conflito, o que impede que a nação saaraui institua um estado nacional legítimo. Para responder o problema desta pesquisa, examinaremos alguns objetivos: analisar o contexto histórico e o mapa geopolítico do conflito; estudar a formação dos estados segundo a obra “Coerção, Capital e Estados Europeus” do autor Charles Tilly; explorar a teoria da Escola Inglesa das Relações Internacionais; conceituar o princípio da autodeterminação dos povos; investigar os diversos interesses dos atores envolvidos no conflito e sua relação com o impasse em resolver o conflito com base no aporte teórico estudado. Esses outros atores têm papel fundamental no desenvolvimento do conflito, visto que possuem seus próprios interesses no território do Saara Ocidental. Portanto, este trabalho procura demonstrar como esses interesses têm correlação com a perpetuação do conflito.