A TERCEIRA MARGEM DAS INSTITUIÇÕES: uma genealogia da “população em situação de rua"
Utilizando-se das análises sobre as relações de poder deixadas pelo filósofo Michel Foucault, essa pesquisa se debruça sobre as mudanças institucionais que acompanharam as diferentes formas de tratamento daqueles que utilizam as ruas como moradia, a fim de deixar em evidência as tramas no poder que historicamente permeiam essas vidas, realizando assim uma análise social crítica da temática. Percorremos algumas vielas do Brasil colonial, com a figura do mendigo, passando pelo marco Republicano, enfatizando a Era Vargas e tendo por companhia o vadio e por fim, chegamos à contemporaneidade junto com a participação da "população em situação de rua”. O desenvolvimento dessa análise permite a compreensão desse fenômeno histórico e social por meio das inúmeras investidas no poder e seus assujeitamentos, mas não apenas. Adotando a perspectiva genealógica surgem também as contradições e os tensionamentos da sociedade como um todo, bem como a possibilidade de outras perspectivas frente à essas investidas, fazendo da rua um “outro lugar”, uma espécie de terceira margem das instituições.