PPGCHS PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC Téléphone/Extension: Indisponible http://propg.ufabc.edu.br/ppgchs

Banca de DEFESA: LETÍCIA SANTOS FERREIRA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : LETÍCIA SANTOS FERREIRA
DATA : 07/10/2024
HORA: 14:00
LOCAL: Sala 212 do Bloco Zeta do Campus de São Bernardo do Campo da Universidade Federal do ABC
TÍTULO:

Menstruação, gênero e subjetividade: articulações teóricas e experiências com Educação Menstrual


PÁGINAS: 130
RESUMO:

Envoltas em uma capa de naturalidade e individualidade as questões políticas, econômicas e sociais do menstruar ficam ocultas enquanto operam nos processos de subjetivação em um sistema binário de gênero. Para a Psicologia Sócio-Histórica, a formação da subjetividade ocorre na materialidade das relações e condições sociais práticas, constituindo sujeitos com particularidades ao mesmo tempo em que marcados pelas narrativas de sua época. A narrativa identificada como principal influenciadora para o imaginário corrente sobre menstruação é a médica, que atribui à menstruação características pejorativas e descreve o corpo de quem menstrua exclusivamente do ponto de vista reprodutivo, naturalizando a função social reprodutiva atribuída a quem menstrua e apagando identidades e corporalidades trans e não binárias. Tensionando as proposições de neutralidade e objetividade, a crítica feminista à ciência moderna apresenta estudos que contextualizam historicamente os cenários sociais de produção do conhecimento médico, destacando o foco androcêntrico e a naturalização do papel social atribuído a quem menstrua. Sobre a experiência menstrual na atualidade, a revisão de literatura mostra que, no Brasil, a menarca é vivida com medo, vergonha e desconhecimento, sendo associada à maturidade sexual. O acesso à informação é insuficiente, os atendimentos de saúde são insatisfatórios, o absenteísmo escolar é elevado e as consequências para a autoestima são pouco exploradas. Diante desse cenário, os objetivos desta dissertação foram apreender elementos da dimensão subjetiva da menstruação e tecer reflexões sobre a desigualdade de gênero expressa na vivência menstrual. Somando a estudos recentes que propiciam condições para expressão de pessoas que menstruam sobre suas experiências, optei por metodologia qualitativa de observação participante, em que o foco é a construção de significados por parte dos sujeitos, suas vidas e como as percebem. Acompanhei as oficinas de Educação Menstrual desenvolvidas pelo projeto Fluxo Sustentável por iniciativa civil em regiões periféricas da cidade de Santo André, coletei cartazes produzidos pelas participantes e fiz registros das experiências em meu diário de campo. A análise desses materiais indica que a invisibilização da menstruação marca a dimensão social da vivência menstrual e parece servir aos interesses capitalistas de exploração dos trabalhos reprodutivos e de cuidado. Na dimensão subjetiva, sentimentos de autodepreciação, estresse, medo e vergonha emergem; a formação de identidade de maneira binária é estimulada com base no uso acrítico de discursos biologicistas.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - Interno ao Programa - 3065770 - BRUNA MENDES DE VASCONCELLOS
Membro Titular - Examinador(a) Interno ao Programa - 3048505 - LUCIANA APARECIDA PALHARINI
Membro Titular - Examinador(a) Externo à Instituição - CAROLINA RAMIREZ
Membro Titular - Examinador(a) Externo à Instituição - DANIELA MANICA - UNICAMP
Membro Suplente - Examinador(a) Interno ao Programa - 1765448 - ANASTASIA GUIDI ITOKAZU
Membro Suplente - Examinador(a) Externo ao Programa - 3212768 - ALBERTO EDMUNDO FABRICIO CANSECO
Notícia cadastrada em: 17/09/2024 17:58
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