A GENTE NÃO QUER SÓ COMIDA: PARTICIPAÇÃO E ACESSO À CULTURA NA CASA DE CULTURA SÃO RAFAEL
A presente dissertação visa discutir como um equipamento cultural articula a participação social e a cultura em um contexto de desmonte das políticas culturais através da Casa de Cultura São Rafael, equipamento cultural conquistado a partir de reivindicações de moradores do bairro onde se localiza. Essa construção compõe um conjunto de Casas de Cultura na cidade de São Paulo, criadas a partir da lei municipal nº 11.325/92 com o objetivo de descentralizar as ações culturais e promover o direito à cultura, com seu acesso e sua criação. Através de análises qualitativas, propõe-se analisar as atividades realizadas no espaço a partir da observação participante e realizar entrevistas com trabalhadores da casa e frequentadores, a fim de entender de que forma a população participou da conquista e construção do espaço, do desenvolvimento das atividades e das formações realizadas nele. A hipótese proposta é a existência de uma ligação entre a comunidade e o espaço cultural, que dialoga com a população através dos grandes eventos, distanciando-se da cidadania cultural, além dos movimentos culturais ainda possuírem papel relevante na existência das casas. A pesquisa almeja contribuir com os estudos sobre as Casas de Cultura e promover trabalhos sobre o Parque São Rafael, bairro formado por migrantes e trabalhadores do Grande ABC.