Da divisão sexual do trabalho às práticas insurgentes: a Ocupação da Mulher Negra Helenira Preta II como resposta à crise da reprodução social
Esta dissertação discute o direito à creche e a espaços de educação e lazer infantis como elementos nodais para coletivização do trabalho de reprodução social e práticas insurgentes como resposta à crise da reprodução social. Para tanto, mobilizam-se conceitos do feminismo marxista e materialista e dos feminismos negro e decolonial. Discuto a divisão sexual do trabalho, conferindo centralidade ao papel dos movimentos de mulheres na luta histórica pela responsabilização do Estado pelas crianças e privilegiamos uma análise empírica relativa à atuação do Movimento de Mulheres Olga Benario na Ocupação da Mulher Negra Helenira Preta II, na cidade de Mauá/SP. Para isso, a metodologia desenvolveu-se por meio de observação participante, autoetnografia e entrevistas semiestruturadas, destacando narrativas de mulheres de movimentos sociais, que atuam para transformar suas realidades periféricas. Assim, ancoro a análise teórica às lutas concretas e insurgentes dos territórios buscando desconstruir relações de privilégio de raça, sexo, raça e geopolítica e apontando-as como alternativa frente à crise dos cuidados.