A organização política de mulheres sobreviventes do cárcere frente ao
encarceramento em massa no município de São Paulo
O presente trabalho pretende observar como mulheres egressas do sistema
prisional se articulam de maneira coletiva e conseguem se mobilizar,
tornando-se sujeitos políticos organizados. Para isso, tem como foco a
análise da atuação de mulheres sobreviventes do cárcere no município de
São Paulo, buscando analisar como elas emergem, criam e desenvolvem suas
articulações. A pesquisa também tem o intuito de investigar como a
movimentação realizada por mulheres saídas do cárcere afeta as políticas
prisionais, bem como, considerar os instrumentos de mobilização que são
utilizados por essas egressas. Nesse sentido, é importante abordar a
hipótese de que o protagonismo dessas mulheres torna as pautas da Agenda
Nacional pelo Desencarceramento inovadoras em relação a movimentos
sociais voltados para a questão prisional, e que consequentemente ocorre
uma mudança, já que não se fala mais sobre a humanização da prisão e sim
sobre sua abolição.