Análise da capacidade adaptativa dos municípios brasileiros aos desastres geo-hidrológicos com base na plataforma AdaptaBrasil-MCTI
A pesquisa tem como propósito analisar a capacidade adaptativa dos municípios brasileiros frente a desastres geo-hidrológicos. O objetivo geral é identificar os fatores que influenciam a baixa capacidade adaptativa em contextos de alto risco a esses desastres. Utiliza-se como principal base de dados a plataforma AdaptaBrasil MCTI, que fornece índices de risco e capacidade adaptativa por município para todo o território brasileiro, além de indicadores temáticos (capacidade econômica, gestão de risco e política urbana) os quais serão analisados por meio de gráficos Pareto e mapas de calor. Os resultados parciais mostram que no Brasil apenas 5% dos municípios apresentam risco muito alto a inundação, enxurrada e alagamentos (IEA), e 4% a deslizamento de terra (DT). Sendo que 64% e 52% dos municípios com muito alto risco a IEA e DT, respectivamente, estão na região Nordeste. Referente a capacidade adaptativa para IEA, 66% dos municípios do Brasil apresentam baixo ou muito baixo índice de capacidade adaptativa, enquanto para DT esse percentual chega a 67%. A região que apresenta mais municípios com muito baixo índice de capacidade adaptativa é a região Nordeste (47% de municípios para IEA e 44% dos municípios para DT). Na região Sudeste, os municípios com muito alto risco a desastres geo-hidrológicos e com muito baixo índice de capacidade adaptativa são: Santa Cruz de Minas/MG, Medina/MG, Serra dos Aimorés/MG, Tocantins/MG, Faria Lemos/MG, Igaraçu do Tietê/SP, Carmo da Cachoeira/MG, Mesquita/RJ, Matipó/MG, Campanha/MG, Jesuânia/MG. A análise dos indicadores temáticos, preliminarmente evidencia que a maior discrepância entre municípios com alto e muito baixo índice de capacidade adaptativa, em ambos os riscos, reside no componente de Governança e Gestão de Risco, ressaltando a importância crítica da capacidade institucional para a mitigação de desastres.