Método da eletrorresistividade aplicado à avaliação dos impactos ambientais de rejeitos de mineração.
Métodos geofísicos permitem individualizar substratos contendo contaminantes de outros não-contaminados. Dentre os métodos mais aplicados à investigação ambiental estão os métodos sísmicos, eletromagnéticos e elétricos. O método da eletrorresistividade, neste caso, é o que menos apresenta limitações para alvos rasos quanto à litologia e/ou outras substâncias, sem as limitações que outras técnicas possuem, e.g., investigação de zonas saturadas para métodos sísmicos, ou dispersão do sinal eletromagnético em meios condutivos para GPR. Ainda que efetiva, a eletrorresistividade pode apresentar ambiguidades nos resultados, como toda investigação indireta. Neste trabalho, dados de eletrorresistividade vinculados a sondagens diretas foram analisados para investigar e individualizar camadas de lama de rejeitos de mineração de uma barragem de contenção colapsada. A área-alvo apresenta lama dispersa em uma camada de solo natural, com potencial para impactos no lençol freático imediatamente abaixo da mesma. A partir dos resultados foi possível avaliar a existência de falhas geológicas no local, com potencial para deslizamentos de massas de terra e acidentes. Os valores abaixo de 40 Ohm x m sugerem uma composição heterogênea de solo e rejeito, que reflete o cenário pós ruptura da barragem. Outros horizontes mais resistivos, com valores próximos a 100 Ohm x m, sugerem camadas não-saturadas, possivelmente relacionadas ao material de aterro que compõe a barragem a montante. Assim, os resultados aqui apresentados contribuem para futuras interpretações dos modelos de resistividade elétrica em barragens de rejeitos com características geológico-geotécnicas similares, a fim de descobrir falhas geológicas e evitar acidentes devido à liquefação do material infiltrado.