Avaliação da qualidade da água e presença de enterobactérias na subbacia Billings-Tamanduateí e sua relação com indicadores sociais
Este estudo investigou a relação entre vulnerabilidade social e qualidade da água em córregos urbanos, testando duas hipóteses principais. A primeira hipótese, de que locais com maior vulnerabilidade social apresentariam pior qualidade da água, foi confirmada. Indicadores como número de habitantes (HAB), aglomerados subnormais (AGSN) e casas sem saneamento básico (HWW) apresentaram correlações positivas com parâmetros de carbono e nitrogênio, refletindo a carga orgânica elevada devido ao descarte inadequado de esgoto. A renda per capita (PCI) teve correlação negativa com carbono dissolvido, indicando que áreas mais ricas possuem melhor infraestrutura sanitária. A segunda hipótese, de que locais socialmente vulneráveis apresentariam maior presença de enterobactérias, também foi corroborada. Enterococcus (ENTERO) e Pseudomonas aeruginosa (PSEUDO) foram mais frequentes em áreas populosas e com menor infraestrutura. A correlação negativa entre ENTERO e PCI reforça a relação entre baixa renda e contaminação fecal. Um achado inesperado foi a correlação positiva entre PCI e a presença de coliformes totais (COLIFOR) e Escherichia coli (ECOLI) em algumas sub-bacias, possivelmente relacionada ao descarte inadequado de esgoto em regiões ricas com baixa densidade populacional. Os resultados evidenciam a necessidade de políticas públicas voltadas para saneamento básico e monitoramento ambiental. Além disso, reforçam a importância de ações alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), especialmente ODS 6 (Água Potável e Saneamento) e ODS 3 (Saúde e Bem-Estar), visando a redução da contaminação microbiológica e a promoção da saúde pública.