Estudos In Vivo de novos quelantes de cobre com potencial terapêutico para doença de Alzheimer
A doença de Alzheimer (DA) é uma doença neurodegenerativa que tem como principal característica o acúmulo do fragmento de proteína beta-amilóide (βA) fora dos neurônios. Pesquisas indicam que uma falha na homeostasia do cobre pode levar à sobrecarga do metal no cérebro, o que está diretamente ligado à formação dessas placas βA. Sabendo disso, este trabalho explora o potencial de novas moléculas que podem atuar como quelantes de cobre para tratar a DA. O estudo sintetizou, caracterizou e avaliou nove novos compostos (oito iminas e um composto à base de quinolina), que podem atuar para reverter a neurodegeneração in vivo. Nos estudos in vitro foi avaliada sua capacidade de extrair cobre do complexo Cu-βA, um fator-chave na patologia do Alzheimer, de modo que três compostos (L9, L10 e L11) mostraram uma forte afinidade pelo cobre. Eles efetivamente extraíram o metal do complexo Cu-βA, o que foi confirmado usando espectroscopia de ressonância paramagnética eletrônica (EPR). Estudos in silico previram que os compostos L9, L10 e L11 demonstraram propriedades favoráveis de absorção, distribuição, metabolismo e excreção (ADME), sugerindo adequação para administração oral e permeabilidade da barreira hematoencefálica. Estudos in vivo (modelo de rato com neurodegeneração tipo DA induzido por STZ) provaram, a partir de análises de imunofluorescência de βA, GFAP e ATP7B que o composto L10 reduziu significativamente a neuroinflamação e restaurou a homeostase do cobre no hipocampo. Isso foi acompanhado por melhor desempenho da memória espacial no teste do labirinto de Barnes e reversão dos níveis da proteína BDNF, estritamente relacionada à consolidação de memória, a níveis superiores aos do controle negativo. Os compostos L9 e L11 mostraram menos impacto nesses parâmetros. Os resultados alcançados nos ensaios bioquímicos e de comportamento foram mais expressivos nos animais tratados via intraperitoneal em relação a via oral, para todos os compostos. O estudo apresenta evidências convincentes de que quelantes de cobre projetados especificamente podem oferecer uma nova estratégia terapêutica para a DA.