O Uso do Aprendizado de Máquina para Quantificação de Incerteza na predição de incidência da Dengue e Chikungunya
A dengue e a chikungunya são problemas críticos de saúde pública, especialmente em áreas urbanas densamente povoadas. Neste estudo foi desenvolvido uma metodologia para estimar a incerteza nas previsões de incidência de dengue e chikungunya utilizando técnicas de séries temporais aplicadas a dados epidemiológicos de dez bairros do Rio de Janeiro. O objetivo principal foi quantificar a variabilidade e consistência dos dados ao longo do tempo, utilizando abordagens autorregressivas \emph{ForecasterAutoreg} com \emph{RandomForestRegressor}, a quantificação de incerteza com o método \emph{MAPIE}, e o \emph{DeepAR}, uma técnica de redes neurais para séries temporais. Os resultados indicam que os modelos autorregressivos apresentaram MSEs variáveis entre os bairros, destacando-se a Vila Militar com o menor MSE (0,90) e Realengo com o maior (66,76), o que evidencia as diferenças nas dinâmicas epidemiológicas locais. Apesar de os modelos terem capturado padrões sazonais e tendências temporais, a cobertura dos intervalos de confiança foi inferior ao esperado em vários bairros, sugerindo que ajustes são necessários para melhorar a confiabilidade das previsões. O modelo \emph{DeepAR} também demonstrou eficácia em prever picos de incidência, mas apresentou limitações na cobertura de incerteza, com valores que variaram entre os bairros, reforçando a necessidade de estratégias adaptativas para uma melhor modelagem da incerteza. As conclusões destacam a importância de incorporar a quantificação de incerteza nas previsões para aprimorar a gestão de saúde pública, permitindo uma resposta mais informada e eficaz aos surtos de doenças infecciosas.