Superexpressão do gene VTC4 para mitigação de estresse osmótico em Setaria viridis
Os biocombustíveis desempenham um papel crucial na transição global para energias sustentáveis, mas, o desmatamento para a produção de biomassa agrava a problemática das mudanças climáticas. Assim, é imperativo a prática agrícola de menor impacto, com o uso eficiente de recursos hídricos e a conservação do solo, a fim de que a produção bioenergética não degrade o meio ambiente. A engenharia genética emerge como ferramenta para aumentar a produtividade das culturas, podendo auxiliar a desenvolver plantas com características desejáveis e impedir o avanço do desmatamento para aumento da área plantada. A integração da biotecnologia com práticas agrícolas sustentáveis é um caminho promissor para atender à demanda energética global de maneira sustentável, garantindo que a produção de biocombustíveis siga contribuindo para a preservação ambiental. Os polióis desempenham um papel crucial na fisiologia das plantas, especialmente na resposta a condições de estresse ambiental, protegendo as células vegetais contra danos causados durante o estresse. Assim, a presença e acúmulo de polióis promovem a resiliência e a sobrevivência das plantas em ambientes desafiadores, aumentando a produtividade em circunstâncias desfavoráveis. O mio-inositol é um poliol que atua como precursor para diversos metabólitos relacionados com proteção a estresse. A L-galactose 1-fosfato fosfatase (VTC4) é uma enzima que age nas vias de síntese de mio-inositol e do ascorbato. Este estudo pretende aumentar a tolerância a estresses osmóticos na planta modelo de metabolismo fotossintético C4, Setaria viridis, através da superexpressão do gene VTC4. Os resultados obtidos indicaram que a superexpressão desse gene gerou plântulas de S. viridis mais tolerantes ao estresse salino e plantas com melhores parâmetros de trocas gasosas, mas sem promover aumento de produtividade. Portanto, a inserção de genes da via do mio-inositol pode ser um caminho para a criação de linhagens resistentes a estresses osmóticos em plantas de interesse energético, mas ainda são necessários estudos que levem esse aumento de tolerância a refletir em aumento de produtividade.