Arcabouços fibrosos de poli(ε-caprolactona) (PCL) produzidos por fiação por sopro em solução (FSS) e recobertos com gelatina tipos A ou B para o cultivo de células HaCat: Uma proposta para engenharia de tecidos aplicada a pele
Danos de grandes proporções nos tecidos moles costumam ser causados por traumas, doenças, envelhecimento, ou mesmo por defeitos congênitos. O transplante autólogo é o principal método de tratamento desses defeitos ou doenças, até o momento. Todavia, a principal desvantagem desta abordagem está no fato de o tecido autólogo poder ser facilmente absorvido e rapidamente perdido em volume, de modo que apenas 40 a 60% das células dos tecidos moles permanecem viáveis. A Engenharia de Tecidos tem servido de esteio a terapias aplicáveis a distintos tecidos e órgãos e, sob um contexto de necessidade para tratamentos de lesões dérmicas, novas tecnologias e metodologias se fazem necessárias. Daí, o presente projeto é uma proposição para o estabelecimento de células de queratinócitos humanos (HaCaT) em arcabouço fibroso à base de poli(ε-caprolactona) (PCL), associado à Gelatina A ou Gelatina B para adesão e proliferação celular, a fim de mimetizar a estrutura e atividade da pele. Creio que os dados advindos de minha proposta podem fomentar novos tratamentos em medicina regenerativa, uma vez que a associação entre PCL e gelatinas melhora as condições de estabelecimento celular. Para tanto, realizei a produção do arcabouço fibroso de PCL pela técnica de Fiação por Sopro de Solução (FSS), utilizando aerógrafo, sendo este arcabouço associado à gelatina, posteriormente. Caracterizei o arcabouço produzido por meio de Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) e por Espectroscopia de Absorção no Infravermelho por Transformada de Fourier (FTIR). Fiz também a análise morfológica e citoquímica da cultura estabelecida, para inferências quanto à viabilidade metabólica e funcional. A análise física das malhas com e sem gelatina mostrou uma malha fibrosa de PCL em que as fibras não têm orientação definida. Os resultados demonstraram a ausência de toxicidade nas amostras, tendo a análise morfológica e citoquímica da cultura estabelecida nos arcabouços fibrosos evidenciado células metabolicamente ativas. Observei o crescimento celular em todas as malhas e as células apresentaram sinais de grande atividade celular. Assim, os resultados mostram que o arcabouço fibroso à base de PCL, associado às gelatinas corrobora a adesão e proliferação celular, evidenciando seu potencial em tratamentos dérmicos.