TRATAMENTO COM SULFORAFANO NA MODULAÇÃO DA REJEIÇÃO AGUDA EM MODELO DE TRANSPLANTE DE PELE EXPERIMENTAL
O transplante (tx) é uma terapia alternativa para doenças hematológicas e de órgãos-alvo com disfunção irreversível. Apesar da imunossupressão, a rejeição aguda (RA) é um revés comum entre os pacientes e ainda é um fator de risco para a sobrevivência do enxerto. O sulforafano (SFN), um fitoquímico presente em crucíferos, tem sido demonstrado possuir propriedades anti-inflamatórias e imunorreguladoras. Dessa forma, o objetivo deste projeto foi avaliar os efeitos do tratamento com SFN, incorporado em hidrogéis poliméricos termossensíveis (GS), na prevenção da RA em um modelo de tx de pele em camundongos. O hidrogel termossensível contendo SFN (0,1%) e ácido hialurônico (0,5%) dispersos em matriz de poloxâmero (PL407 a 20% p/v) foi desenvolvido (GS) e avaliou-se sua biocompatibilidade e eficácia na prevenção de RA no tx de pele experimental. A formulação foi caracterizada por técnicas físico-químicas, evidenciando a estrutura de um hidrogel líquido-viscoso adequado para a execução dos ensaios in vitro e in vivo. O procedimento de tx de pele, foi realizado entre camundongos geneticamente diferente a partir da de pele de camundongos doadores balb/c, transplantadas em camundongos receptores C57BL/6. Os ensaios in vitro mostraram que o tratamento com GS não induziu toxicidade em células dendríticas (DC) derivadas da medula óssea. Já os ensaios in vivo mostraram que 100 % dos camundongos transplantados não tratados rejeitaram o tx após 9 dias. No entanto, o tratamento com injeções subcutâneas de GS, a cada 3 dias, aumentou a sobrevivência do aloenxerto (80 %) durante 14 dias (p<0,001), mostrando a eficiência do tratamento com GS, indicando o aumento na sobrevivência do enxerto. Além disso, na análise dos linfonodos drenantes 5 dias pós-tx por citometria de fluxo revelou que o tratamento com GS reduziu a frequência de algumas populações de células imunes, tais como subtipos de DC, células T CD4+ naïve, memória efetora e memória central, além de uma tendência à diminuição de células T CD4+ produtoras de IFNγ. In vitro, o tratamento com GS em DCs derivadas da medula óssea estimuladas com LPS por 24h reduziu marcadores de ativação e a produção de citocinas nas células tratadas, quando comparadas com as células estimuladas com LPS sem tratamento com GS. Dessa forma, o tratamento GS reduziu a ativação de células imunes in vitro e ativação e função de células imunes in vivo, retardando o surgimento da RA, contribuindo para aumentar a sobrevivência do aloenxerto nos animais transplantados.