DESENVOLVIMENTO E AVALIAÇÃO BIOFARMACÊUTICA DE PRÉ-FORMULAÇÃO DE VITAMINA D3 EM ORGANOGEL PARA CICATRIZAÇÃO DA PELE
A pele é o maior órgão do corpo humano, quando lesionada passa por um processo organizado de cicatrização. Curativos tradicionais são utilizados para o tratamento de lesões da pele, porém ambos possuem algumas limitações, levando ao desenvolvimento de novas formulações com propriedades mais amplas, como maior tempo de adesão a pele, aumento de viscosidade, melhoramento na capacidade de penetração da pele. Assim, organogéis termosensíveis surgiram como novas alternativas ao tratamento de dermatoses inflamatórias e de processos de cicatrização. Devido a característica lipofílica da Vitamina D (VD), os organogéis são veículos promissores para a aplicação tópica. Este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de preparar, caracterizar e avaliar a efetividade terapêutica de organogéis termosensíveis contendo VD, em modelos de cicatrização na pele. Inicialmente, foi avaliada a solubilidade da VD em diferentes meios sendo a maior concentração de VD solubilizada em ácido oleico (~980 µg/mL), selecionado como fase oleosa (FO) para a preparação dos organogéis. Após o preparo, as formulações foram caracterizadas por análise reológica, revelando que os organogéis apresentam comportamento viscoelástico com valores de G’>G” (>10 vezes) e viscosidade de 10,5 a 25,9 x 104 mPas.s, a 32,5 °C. Experimentos in vivo (FMABC/CEUA 08/2022) foram realizados em modelo animal de cicatrização de feridas cutâneas em 3, 7 e 14 dias de tratamento. Amostras de pele foram então analisadas por morfologia e morfometria. A área da lesão cutânea foi reduzida após tratamentos com organogel-VD (em 7 a 14 dias, 16,5 a 11,6 mm2) quando comparado à formulação comercialmente disponível (20,1 mm2). As formulações de organogéis 20% e 30% apresentaram propriedades de cicatrização aprimoradas quando comparadas aos seus controles, uma vez que fibras finas de colágeno foram observadas, indicando a fase de remodelação com predominância de fibras de colágeno III. Todos esses resultados apontaram os organogéis como estratégias promissoras para aplicações de cicatrização de feridas.