O papel de BAG2 na relação entre estresse proteico e resposta imunológica mediada por imunoproteossomo
As doenças neurodegenerativas representam um crescente desafio de saúde pública, destacando-se a Doença de Alzheimer (DA), caracterizada pelo acúmulo de proteína TAU hiperfosforilada e marcada neuroinflamação. A degradação de proteínas disfuncionais, essencial à manutenção da homeostase proteica, depende de mecanismos como o proteassoma e a autofagia. A co-chaperona BAG2 tem papel relevante nesse contexto, promovendo a degradação de TAU por vias independentes de ubiquitina, além de formar organelas não membranosas associadas ao proteassomo 20S e ao imunoproteossomo – este último induzido por estímulos inflamatórios, como o interferon-gama (IFN-γ), e associado à modulação imune por meio do MHC-I.
Este trabalho tem como objetivo investigar a interação funcional entre BAG2 e o imunoproteossomo, utilizando células H4 e linhagem com knockdown de BAG2 (CRISPRi), tratadas ou não com IFN-γ. Foram analisados os níveis de BAG2, HSP70, MHC-I e PSMB8 por western blot e a co-localização subcelular de BAG2 com HSP70 e MHC-I por imunofluorescência.
Os resultados demonstram que o IFN-γ regula negativamente a expressão de BAG2 e induz aumento significativo de MHC-I e PSMB8 em ambas as linhagens celulares. A co-localização entre BAG2 e HSP70, bem como entre BAG2 e MHC-I, aumentou após o tratamento com IFN-γ, sugerindo um papel de BAG2 na interface entre resposta ao estresse proteico e ativação imunológica. A HSP70, por sua vez, manteve expressão estável nas condições testadas.
Estes achados reforçam a hipótese de que BAG2 participa ativamente da resposta imune e do controle proteostático, especialmente em ambientes inflamatórios como os encontrados nas taupatias. A elucidação desses mecanismos pode abrir caminho para novas estratégias terapêuticas em doenças neurodegenerativas.