INVESTIGAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO ENTRE CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E ELETROFISIOLÓGICAS EM PACIENTES COM ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA - UM ESTUDO DE CORTE TRANSVERSAL COM TMS-EMG E EEGq
Introdução: A esclerose lateral amiotrófica (ELA) é uma doença neurodegenerativa caracterizada pela fraqueza muscular progressiva, comprometendo a funcionalidade dos pacientes e tornando-os totalmente dependentes de cuidadores. Além dos sintomas motores, há alterações cognitivas, comportamentais, emocionais, autonômicas e metabólicas. O diagnóstico da doença é eminentemente clínico e os estudos tem buscado biomarcadores que possam refletir seu desencademanento e progressão. A estimulação magnética transcraniana acoplada a eletromiografia (TMS-EMG, do inglês transcranial magnetic stimulation - electromyography) tem se apresentado como uma ferramenta útil neste sentido, demonstrando redução significativa da inibição intracortical (SICI, do inglês short interval cortical inhibition), diferenciando a ELA de outras condições que imitam a doença. No entanto, estudos com TMS-EMG apresentam limitações metodológicas, como avaliação feita somente de forma unilateral e ausência de sistema neuronavegação. Além disso, esta técnica se limita a avalições do córtex motor primário. A eletroencefalografia quantitativa (EEGq) também tem sido usada na tentativa de se compreender a doença, permitindo a avaliação de áreas motoras e não motoras. Através desta técnica tem se demonstrado que pacientes com ELA possuem aumento na densidade de potência na banda alfa. Entretanto, não existe até o momento dados que tenham relacionado os achados destas duas técnicas em uma mesma amostra, o que limita o conhecimento na área. Ademais, é possível que a combinação das duas técnicas possa aumentar o poder discriminatório através de um índice que as conjugue. Objetivo: Investigar se há associação entre o características clínicas e as características eletrofisiológicas dos pacientes com ELA, conjugando as avaliações com TMS-EMG e EEGq em uma mesma amostra de pacientes. Método: Trata-se de um estudo corte transversal, no qual estão sendo avaliados participantes com ELA e sem neuronopatia. As variáveis clínicas analisadas são o comprometimento funcional, a fraqueza muscular a taxa de progressão da doença, a duração da doença e a qualidade de vida. As variáveis eletrofisiológicas analisadas são os parâmetros de TMS-EMG avaliados bilateralmentecom e as densidades espectral de potência das bandas delta, theta, alpha, beta, gamma baixa, gamma alta nas regiões frontais, centrais, parietais, occipitais e temporais, obtidas pela EEGq. As comparações entre grupos para variáveis de TMS-EMG e EEGq serão realizadas pela análise de variância de modelos mistos ou pelo teste Friedman, conforme distribuição dos dados. Posteriormente, a associação entre as variáveis clínicas e eletrofisiológicas foram analisadas pelo teste de Pearson ou Spearman, assumindo-se um valor de alfa de 5% (P<0,05) e um poder de estudo de 80%.