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Disertaciones |
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MAYARA SILVA SOUSA PIRES
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Retórica e pluralismo na economia: dois ensaios contemporâneos sobre as relações inerentes por trás da ciência econômica
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Líder : RAMON VICENTE GARCIA FERNANDEZ
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Data: 05-ene-2021
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Resumen Espectáculo
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Este trabalho tem como objetivo tentar entender o que está por trás da prática científica dentro do campo econômico – partindo do reconhecimento de que a retórica e o pluralismo são imprescindíveis à própria ciência. Na primeira parte, resgatando os debates de Deirdre N. McCloskey e entendendo que seu ponto de partida é uma ciência cujos debates devem ser primordialmente honestos, entendemos que pouco se discutiu sobre a falta ou ausência desta honestidade. Isto é, entende-se aqui que McCloskey vive um ideal de ciência e que outros pensadores deveriam ser adicionados ao debate para melhor entender as reais atividades do campo. Neste sentido, adotamos a ótica de Bruno Latour com a motivação de ler as abordagens de McCloskey através de suas lentes. À Latour, portanto, é creditado o status de pensador das relações maliciosas da ciência – ou seja, das relações mais realistas – mostrando que existem forças por trás de sua prática na economia. Assim, transita-se de uma perspectiva mccloskeyana de um diálogo bondoso e honesto, para revisitar o elefante na sala através de uma perspectiva latourniana de um diálogo persuasivo e malicioso. Observa-se, portanto, que por trás da ciência existem relações de poder que estimulam sua produção e prática, fazendo com que exércitos mais poderosos se imponham sob exércitos mais fracos, transformando suas verdades em fatos e as demais em ficção. Ou seja, adicionamos um primeiro novo debate à ciência através da retórica: o estímulo da ciência econômica em função das relações de poder. Partindo desse reconhecimento, a segunda parte deste estudo tem como objetivo abrir e expor o interior das caixas-pretas da ciência econômica – começando pelo pluralismo. Entende-se que o pluralismo não apenas ajuda a entender as relações de poder e o papel que desempenham, mas também oferece ferramentas importantes para abrir outras caixas-pretas. Resgatando debates de pensadores do campo, mostra-se que o pluralismo não deveria ser apenas o refúgio natural às propostas monistas, mas o local de triunfo da democracia e tolerância das alternativas metodológicas da ciência. Ao transitar entre as diferentes linhas de pensamento, observamos que parece haver uma pluralidade de pluralismos na ciência econômica, e que talvez a própria heterodoxia pratique algo semelhante a um pluralismo não plural – uma espécie de pluralismo monista. Quer dizer, exploramos a noção de que apesar do pluralismo ser uma variável prudente, não é a principal alternativa às relações de poder por trás da ciência. Se as atividades do campo transitam entre relações não plurais e visões não democráticas, talvez debate precise ser observado através de uma ótica política e fazemos este exercício através do mainstream econômico. Logo, partindo dessa perspectiva, expomos três pontos principais que entendemos estarem ocultos dentro das caixas-pretas do campo: a ciência econômica ser constituída por meio de relações de poder e persuasão; as limitações dos direitos poderem levar à servidão intelectual; e a ciência econômica não ser, necessariamente, “ciência” para todos. Ao final deste trabalho, portanto, adicionamos mais um debate ao campo, agora através do pluralismo: a necessidade de abrir as caixas-pretas através destes três pontos.
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ARTUR BENTO BOTARELLI
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Racionalmente Tolo: Reflexões sobre o Comportamento dos Agentes Sob Incerteza e o Papel das Instituições
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Líder : MANUEL RAMON SOUZA LUZ
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Data: 26-feb-2021
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Resumen Espectáculo
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Para poder estudar e fazer previsões econômicas, a teoria neoclássica pressupõe que o agentes que compõem esses sistemas são racionais e auto interessados. Além disso, o conceito de incerteza é reduzido ao conceito de risco, o que é incompleto. Para analisar a economia real, é necessários entender que tipo de incertezas predominam nas diversas situações enfrentadas pelos agentes e de que forma esse agentes raciocinam para lidar com essas situações. Entende-se que o comportamento destes agentes está diretamente ligado com o ambiente institucional e suas mudanças. Nesse sentido, o artigo busca assinala que o comportamento dos agentes em situação de incerteza depende de três conceitos centrais: incerteza, racionalidade e instituições. O objetivo deste trabalho é identificar estes conceitos e verificar como eles se relacionam.
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NEWTON DE LIMA CARLINI
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Thorstein Veblen e o Institucionalismo Original: Fundamentos teóricos e discussões contemporâneas
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Líder : MANUEL RAMON SOUZA LUZ
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Data: 18-mar-2021
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Resumen Espectáculo
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Este trabalho busca realizar uma revisão dos aspectos metodológicos, filosóficos e antropológicos do pensamento de Thorstein Veblen. Buscar-se-á aqui apresentar estas ideais a partir de seu diálogo com desenvolvimentos posteriores da escola institucionalista. Assim, espera-se oferecer um referência para compreender o pensamento institucionalista moderno mantendo o a sua conexão com as ideias fundadoras veblenianas.
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FELIPE ROMERA PEREIRA
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OS PROGRAMAS DE MESTRADO EM ECONOMIA NO BRASIL SÃO PLURALISTAS? – UMA AVALIAÇÃO A PARTIR DAS DISCIPLINAS OBRIGATÓRIAS E DAS DISSERTAÇÕES
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Líder : RAMON VICENTE GARCIA FERNANDEZ
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Data: 26-mar-2021
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Resumen Espectáculo
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Este trabalho analisa os programas de mestrado em economia no Brasil e classifica estes em ortodoxos, pluralistas ou heterodoxos, com algumas variantes intermediárias. Para realizar essa classificação, inicialmente analisou-se cada disciplina obrigatória (exceto as de matemática, estatística ou econometria) que os programas oferecem; posteriormente, foram analisadas as dissertações produzidas recentemente por seus alunos, permitindo efetuar uma avaliação geral de cada programa. No total foram analisadas 162 ementas e 270 dissertações. Para classificar as ementas, construiu-se uma lista de quais assuntos são considerados heterodoxos e quais ortodoxos nas duas disciplinas mais comuns, macroeconomia e microeconomia. Por fim, o trabalho comparou o estudo de outros acadêmicos que fizeram o mesmo trabalho de catalogar os programas brasileiros e encontra resultados diferentes dada que a metodologia de classificação utilizada foi diferente. Nas considerações finais sugere motivos para as diferenças encontradas e levanta questões para trabalhos futuros.
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GABRIELA MARTINS BUENO
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POR QUE O BRASIL NÃO CRESCE? UMA ANÁLISE DA REPRIMARIZAÇÃO E DA COMPLEXIDADE ECONÔMICA DA PAUTA EXPORTADORA BRASILEIRA
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Líder : GUILHERME RICCIOPPO MAGACHO
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Data: 09-abr-2021
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Resumen Espectáculo
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O trabalho analisa a trajetória de crescimento brasileira entre 1962 e 2018 à luz da Lei de Thirlwall e sob a ótica da complexidade econômica. Nota-se uma tendência de queda da taxa de crescimento efetiva e incapacidade de retomada a partir de 1980. A análise traz evidências da reprimarização da pauta exportadora brasileira, em que é perceptível o drástico encolhimento na participação de produtos com maior elasticidade-renda. Essa perda de dinamismo pode ser explicada pela estratégia de desenvolvimento adotada que ocasionou o estreitamento da restrição imposta pelo balanço de pagamentos. Pela ótica da sofisticação tecnológica, foi possível verificar a incapacidade brasileira em construir complexidade econômica, refletida pela pauta exportadora pouco sofisticada, baseada majoritariamente em commodities. A fim de verificar a relação entre sofisticação tecnológica, medida pela complexidade econômica, e os determinantes do crescimento de longo prazo, medida pelas elasticidades renda da demanda das exportações e importações, foi analisada a capacidade da economia se adaptar à demanda externa por meio de testes econométricos, esta análise demonstrou correlação positiva entre o índice de complexidade econômica (ICE) e as elasticidades renda das exportações e importações, porém com maior impacto na elasticidade renda das exportações. Os testes separando os países por níveis de renda e substituindo o ICE por outras variáveis de sofisticação confirmaram o impacto positivo de um aumento da complexidade na elasticidade renda das exportações, sobretudo para países de renda média, como o Brasil. A relação com as importações mostrou-se dúbia, se por um lado o aumento da sofisticação produtiva exige a importação de bens mais complexos, por outro, o país se torna capaz de competir com os produtores estrangeiros. Assim, a sofisticação tecnológica e produtiva possui maior poder de explicação quando analisada a elasticidade renda de exportações. Conclui-se que o Brasil atravessa um processo de reprimarização, refletido pela perda de espaço de produtos mais elásticos e mais complexos. Dessa forma, políticas que fomentem a sofisticação produtiva e industrialização tornam-se essenciais para o aprimoramento dos bens produzidos e maior atratividade para o mercado internacional.
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VICTOR HUGO BARBOZA PACHECO
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O Impacto do Ambiente Institucional na Eficácia das Políticas de Metas de Inflação em Países Emergentes
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Líder : ANA LUISA GOUVEA ABRAS
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Data: 05-may-2021
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Resumen Espectáculo
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O objetivo principal deste trabalho é identificar se o ambiente institucional, mais especificamente representado pelo grau de Independência do Banco Central, interfere na efetividade das Políticas de Metas de Inflação. Consideraremos principalmente os países em desenvolvimento, com foco no Brasil e nos demais países da América Latina. O trabalho estende a análise feita por Lee (2011), mas buscando investigar o impacto do ambiente institucional na eficiência dessa política monetária.
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DÁPHINE MARCELLE TERRA AMERICANO
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O processo de financeirização da Petrobras sob a perspectiva da governança corporativa
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Data: 10-may-2021
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Resumen Espectáculo
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O trabalho busca mostrar a trajetória da Petrobras durante os anos 2000 com o objetivo de responder à questão: a empresa passa por um processo de financeirização sob o enfoque do princípio de governança corporativa de maximização de riqueza acionária? Tem-se como características desse princípio a redução em investimentos em capital humano e em investimentos produtivos e a distribuição de renda favoráveis a acionistas. Com a hipótese de que a empresa passa por esse processo será efetuada uma pesquisa documental dos Relatórios Anuais da empresa a fim de captar nos discursos dos Presidentes e nos Planos Estratégicos indícios de financeirização. Para complementar a análise será estimado por meio da técnica GMM um modelo econométrico de investimento produtivo que inclui variáveis reais (lucro operacional e receita bruta) e financeiras (pagamentos, receitas e aplicações financeiras).
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JOÃO PEDRO PEREIRA DE CAMPOS
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A Causalidade entre Mercado Acionário e Crescimento Econômico: Uma Análise para a América Latina
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Líder : BRUNO DE PAULA ROCHA
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Data: 17-may-2021
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Resumen Espectáculo
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A definir
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JULIANA CRISTOFANI
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CHINA SHOCK E A INSERÇÃO FEMININA NO MERCADO DE TRABALHO BRASILEIRO
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Líder : ANA CLAUDIA POLATO E FAVA
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Data: 10-jun-2021
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Resumen Espectáculo
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O Brasil foi um caso de sucesso de crescimento econômico baseado no processo de substituição de importações. No final do século passado e após um período de estagnação do crescimento, a abertura comercial tornou-se uma das principais políticas para auxiliar na redução da inflação, através do aumento de competitividade. Recentemente, com o China shock, a economia do país foi exposta a uma concorrência maior. Em um período similar, ocorreu um aumento de 12% na proporção de trabalhadoras formalizadas no Brasil. Os efeitos do China shock sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos têm sido amplamente pesquisados, mas não há tantos estudos sobre esses impactos nos países em desenvolvimento. Como o Brasil foi afetado pelo comércio com a China através de dois canais – aumento das exportações e importações – pode ter havido efeitos compensatórios no mercado brasileiro que levem a resultados diferentes àqueles observados em países desenvolvidos. Assim, o presente estudo explora o fato de que as microrregiões brasileiras foram afetadas de modos distintos pelo comércio com a China, para verificar se o China shock influiu na melhoria das condições de mulheres no mercado de trabalho brasileiro entre os anos de 2000 e 2013 – mensuradas pela proporção de mulheres formalizadas e pela razão salarial entre a mão de obra feminina e masculina – sendo o primeiro estudo a avaliar como os dois canais do China shock afetaram as trabalhadoras do Brasil, a partir de dados do mercado de trabalho brasileiro (Rais e Censo) e informações sobre os fluxos comerciais entre Brasil e China (base de dados BACI).
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TAINARI TAIOKA
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A RELAÇÃO ENTRE A POLÍTICA DE VALORIZAÇÃO DO SALÁRIO-MÍNIMO E A INFLAÇÃO NO BRASIL: UMA ANÁLISE EMPÍRICA
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Líder : FABIO HENRIQUE BITTES TERRA
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Data: 06-jul-2021
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Resumen Espectáculo
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Neste trabalho foram analisados os mecanismos de transmissão do ajuste do salário-mínimo à inflação à luz do conflito distributivo entre trabalhadores e empresários. A literatura utilizada foi a pós-keynesiana e neo-kaleckiana. Para mensurar o impacto da política de valorização do salário-mínimo sobre a inflação, a estratégia foi utilizar o método VAR (Vector Autoregression). O estudo se aplica a economia brasileira entre 2003 e 2016. Os resultados empíricos indicam que não houve repasse significativo do reajuste automático do salário-mínimo para a inflação no período analisado.
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MARCUS VINÍCIUS BERGAMASCHI
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PLURALISMO E PLURALIDADE NAS PESQUISAS SOBRE O FORMATO DAS FUNÇÕES DE DESCONTO INTERTEMPORAL
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Líder : RAMON VICENTE GARCIA FERNANDEZ
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Data: 23-sep-2021
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Resumen Espectáculo
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Este trabalho busca iluminar o debate sobre o formato de funções de desconto intertemporais na ótica do Pluralismo em Economia, um tipo de abordagem da Metodologia Econômica que estuda a interação entre áreas de pesquisa que originalmente compartilhavam pouco entre si. De maneira geral, esta abordagem busca sugerir que diferentes áreas de pesquisa econômica devem interagir de forma ativa entre si, indo além da tolerância entre a divergências de suas ideias. Para tal, este debate será descrito desde o processo de formação e desenvolvimento da Economia Comportamental, a qual surgiu como um campo interdisciplinar alternativo entre a Psicologia e a Ciência Econômica no século XX e que se apresenta inserida na visão econômica convencional no início do século XXI a medida em que adequou sua abordagem ao estilo da corrente principal da Economia. O campo de estudo sobre o formato de funções de desconto intemporal fez parte deste processo, pois o estudo sobre como indivíduos se comportam em situações de escolha envolvendo múltiplos períodos seria similar as investigações de anomalias, umas das principais ideias da Economia Comportamental. Além do mais, este debate também permitiu novas abordagens comportamentais a problemas teóricos e empíricos presentes em diversos campos de pesquisa econômica. São eles a Neuroeconomia, a Economia da Saúde, a Economia Ambiental, a Microeconomia do Desenvolvimento, o Desenvolvimento Macroeconômico e as Finanças. Diante disso, será que o campo de estudos sobre o formato de funções de desconto intertemporal poderia ser considerado um exemplo de aplicação do Pluralismo em Economia? Esta hipótese será investigada por meio de uma reunião de métodos de investigação desta abordagem da Metodologia Econômica. Os resultados redigidos indicam que, para enxergar perspectiva pluralista neste debate, seria adequado centrar a análise metodológica na parte desta polêmica referente a qual a taxa que os indivíduos utilizam para descontar a passagem do tempo mediante seus níveis de paciência. Este ponto seria elo entre as questões debatidas entre a Economia Comportamental e a visão econômica convencional, o qual, por sua vez, poderia contribuído para que outras áreas de pesquisa pudessem participar desta polêmica.
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RODRIGO BORDIGNON CAETANO
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Charlotte P. Gilman e Thorstein B. Veblen: Feminismos comparados
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Líder : MANUEL RAMON SOUZA LUZ
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Data: 26-oct-2021
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Resumen Espectáculo
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Esta dissertação tem como objetivo realizar um estudo comparativo acerca dos fundamentos teóricos da perspectiva feminista de Thorstein B. Veblen e Charlotte P. Gilman. Buscar-se-á mostrar similitudes e diferenças entres as abordagens destes autores, situando seus escritos no ambiente intelectual norte-americano da virada do século XIX para o século XX.
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MARCO ANTONIO COSTA SOARES JUNIOR
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A PRESENÇA VALE NOTA, PROFESSOR? Desempenho de estudantes do ensino superior na modalidade EAD
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Líder : MONICA YUKIE KUWAHARA
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Data: 01-dic-2021
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Resumen Espectáculo
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O objetivo desta pesquisa é avaliar se existe diferença no desempenho de estudantes de ensino superior na modalidade a distância e identificar as diferenças médias de resultados obtidas em testes padronizados. O EAD no ensino superior se expandiu nos últimos anos de modo que, em 2019, o número de estudantes matrículados chega a 2,45 milhões para 4529 cursos. O número de cursos de graduação EAD mais que dobra entre 2017 e 2019. O aumento da oferta de vagas e cursos por meio da modalidade levantou questões relacionadas ao desempenho desses estudantes. A preocupação com a qualidade do processo de ensino e aprendizagem tem fomentado estudos de avaliação de resultados educacionais, no entanto, os resultados de estudantes nessa modalidade ainda são pouco explorados. A relativa escassez de estudos pode ser associada à legislação que só recentemente flexibilizou as condições de oferta na modalidade. Nesse sentido, tornou-se possível uma amostra maior de cursos em diferentes áreas do saber sendo ofertados nas duas modalidades, presencial e a distância, viabilizando análises comparadas. Nesta pesquisa, a base de dados utilizada inclui mais de 1 milhão de estudantes que realizaram a prova do ENADE em 2017, 2018 e 2019. Essa base engloba todos os cursos avaliados pelo INEP que possuem as duas modalidades. A amostra aqui analisada considera os resultados alcançados nas provas padronizadas e as características socioeconômicas desses estudantes. São utilizados dois tipos de exercícios empíricos para estimar o efeito de tratamento médio associado às notas obtidas nas provas padronizadas: os métodos de mínimos quadrados ordinários e o pareamento por escore de propensão. Os resultados indicam que, em ambos os métodos, as diferenças são estatisticamente significantes e favoráveis para os cursos presenciais. No entanto, a magnitude dessas diferenças é pequena, variando entre 0,5% a 3,5% a menos para as notas dos estudantes de EAD.
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ALLYSON RAFAEL DE ALMEIDA GOIS
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DE VOLTA AO ‘FRONT’
O debate sobre o novo consenso macroeconômico no pós-crise
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Líder : DANILO FREITAS RAMALHO DA SILVA
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Data: 02-dic-2021
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Resumen Espectáculo
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Os anos 1970 foram marcados por uma profunda cisão na pesquisa macroeconômica. A pax firmada em torno da síntese neoclássica deu lugar a uma intensa disputa substantiva e metodológica, opondo os keynesianos tradicionais e os novos clássicos. Robert Lucas foi um dos principais arquitetos do novo padrão de pesquisa, adotando uma estratégia de microfundamentação de inspiração walrasiana. Nos anos 1980, incorporado à pesquisa dos ciclos reais de negócios, o padrão metodológico de Lucas alcançou o seu ápice. Nessa mesma década, o keynesianismo tradicional reencarnaria num corpo de musculatura microfundamentada, reclamando a presença de premissas como a rigidez de preços nos modelos macroeconômicos. Quando, nos idos de 1990, a pesquisa se voltou a enxertaras premissas keynesianas nos trabalhos desenvolvidos pelos teóricos dos ciclos reais de negócios, a macroeconomia convergiu, mais uma vez, para uma agenda comum. Proclamado o novo consenso, ambos os lados puderam cantar vitória. Na virada do milênio, a macroeconomia moderna colhia os louros da Grande Moderação e jactava-se de moldar a política econômica. Mas não tardou para que os flancos abertos do novo consenso fossem expostos. Tendo surpreendido boa parte economistas, a crise financeira de 2008 abalou a reputação da ciência econômica e deu azo ao surgimento de um intenso debate sobre aquele consenso. O presente trabalho busca reconstruir os termos desse debate, propondo uma avaliação do estado da macroeconomia à luz do colapso financeiro de 2008. No centro das críticas à macroeconomia moderna, destaca-se a simplicidade com que os seus modelos – os chamados DSGE – tratam o mercado de crédito e as conexões das finanças com a economia real, algo que mesmo os próceres do novo consenso não relutam em reconhecer. Algumas críticas miram a reconstrução da disciplina desde os seus alicerces. Outras buscam uma contemporização: reconhecendo a importância dos modelos DSGE, reclamam uma mudança nos incentivos da profissão dos macroeconomistas, alegadamente desfavoráveis ao desenvolvimento de modelos alternativos para a compreensão do fenômeno econômico. Na outra ponta de debate, evoca-se a pesquisa de fronteira para mostrar que, nos anos mais recentes, as críticas encontraram acolhida, resultando no surgimento de modelos com agentes heterogêneos e fricções financeiras, sem descartar o uso da roupagem DSGE. Advoga-se ainda o papel importante que modelos DSGE tiveram no enfrentamento da crise, em contraposição ao argumento de que os macroeconomistas não encontraram respostas para lidar com os desdobramentos de 2008.
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